Estudo aponta brasileiro mais otimista mesmo com preocupações sociais

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Foram divulgados na manhã desta quinta, 11, os dados da pesquisa Perspectivas 2019: ‘Expectativa dos Brasileiros com o Cenário Político & Social’. Realizado pela parceria Acrefi/ Kantar, o estudo registra as impressões da população em relação à situação econômica do país, aos primeiros meses do governo federal e ao impacto do cenário macro em suas decisões pessoais.

O levantamento foi realizado online com mil entrevistados de todas as regiões do Brasil, todos na faixa etária entre 18 a 65 anos, e mostrou que 13% consideram a situação atual do Brasil “ótima” ou “boa” e que 36% a classificam como “regular”. Apesar o baixo percentual, este é o nível mais alto desde 2016. A parcela dos que consideram o cenário “ruim” ou “péssimo” somou 51%, o mais baixo em três anos. Ao mesmo tempo, 56% do público se diz “atento ou preocupado” em relação a seus empregos e 55% dele acredita que o desemprego irá continuar a crescer nos próximos meses.

“Apesar de parecer contraditório à primeira vista, esse estudo foca nos sentimentos dos entrevistados. A preocupação com o emprego é algo que acontece na vida dessas pessoas neste momento. Quando olhamos para o cenário de expectativas, diferentemente de um passado recente muito ruim, enxergamos um aumento dos índices positivos. Mesmo assim, a perspectiva dos entrevistados é que as melhoras se concretizem a médio e longo prazo, não agora. 37% das pessoas acreditam que a situação do Brasil vai melhorar em 2020 e 10% m 2021; 19% consideram que o quadro não vai melhorar em 3 a 4 anos; e apenas 14% pensam em uma melhora já para o segundo semestre de 2019”, explica Viviane Varandas, diretora de atendimento ao cliente da Kantar divisão Insights.

Em relação às opiniões sobre as prioridades do governo, a Reforma da Previdência foi considerado o principal tema para 21% dos brasileiros. Educação obteve 18% das menções, seguida por Saúde, com 14%. “Isso tem muito a ver com a pauta atual da presidência e retrata as preocupações do público que será mais impactado por elas. Nesse aspecto, para a faixa etária acima dos 30 anos, a questão mais forte é a da previdência. Já a educação não é uma questão bem resolvida com os jovens, principalmente em um cenário de preocupação com desemprego”, analisa a diretora.

O estudo também aponta uma expectativa de aumento da situação financeira da população, e 50% dos brasileiros prevê uma melhora no padrão de vida nos próximos anos. Carro e imóvel ainda lideram a lista de prioridades de consumo no financiamento, empréstimo ou parcelamento, com 54% e 44% da preferência, respectivamente. Viagens (12%), celular (11%) e eletrodomésticos (10%) vêm na sequência. “Até mesmo pelo histórico financeiro do país, o automóvel e casa própria ainda são os bens mais desejados porque muitas vezes as pessoas não conseguem adquiri-los sem um financiamento. Já as viagens são itens de desejo que vêm crescendo muito”, destaca Viviane.

A diretora chama atenção ainda ao fato de que os índices do estudo se mostram uniformes em todo o país, sem grandes oscilações entre as diferentes regiões. “Acreditava-se que o Nordeste avaliaria pior o Brasil, principalmente pelo cenário das últimas eleições, que foram muito disputadas e polarizadas. Mas o que se percebe é que a região sempre apresentou avaliações mais baixas, e não teve nada muito diferente do que vinha acontecendo nos últimos anos”.

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