Quem perde com os EUA fora da Copa da Rússia?

(Crédito: Reprodução/ussoccer.com)

O futebol passou a ganhar mais atenção dos norte-americanos nos últimos nos anos. A Copa de 2014, por exemplo, bateu recordes de audiência no país e fez com o que o setor de mídia passasse a enxergar mais oportunidade nas transmissões do esporte. Essa expectativa gerou uma grande movimentação em torno do Mundial da Rússia, em 2018. Para todo o país – e principalmente para a Fox – a empolgação virou decepção.

Pela primeira desde 1986, a seleção norte-americana não estará na próxima Copa do Mundo. A derrota para Trinidad & Tobago pelo placar de 2X1 pela última rodada das Eliminatórias, aliada à combinação dos resultados de outros jogos, tirou a passagem para a Rússia da seleção dos Estados Unidos. Pelas eliminatórias da América do Norte e Central, classificaram-se as seleções do México, Costa Rica e Panamá. Honduras irá disputar a repescagem.

A eliminação da seleção dos EUA surpreendeu a imprensa norte-americana. De acordo com publicações dos principais jornais do país, a frustração dos amantes de futebol só não é maior do que a Fox, canal que prometia fazer da Copa da Rússia a maior cobertura esportiva da sua história. A rede de televisão investiu cerca de US$ 200 milhões pela aquisição dos direitos de transmissão do Mundial da Rússia e planejada mais de 350 horas de programação e exibições de partidas ao vivo.

Para sustentar tamanho investimento, a Fox prometeu bastante aos anunciantes. De acordo com reportagem da ESPN internacional, o canal montou seu plano comercial idealizando uma grande audiência e visibilidade do torneio. Com a seleção local fora da competição, a expectativa geral é de que o interesse dos norte-americanos pela Copa do Rússia diminua consideravelmente.

Além da rede televisiva, a imprensa dos Estados Unidos também já começou a calcular quem também perde com a inesperada eliminação da seleção norte-americana do torneio. A Nike, fornecedora esportiva da equipe, tinha esperanças de ampliar as vendas das camisas oficiais da seleção (que, embora não respondessem por um percentual importante de suas receitas, vinham em curva de crescimento). Associada à equipe de futebol até 2022, a Nike dificilmente conseguirá, na opinião da imprensa norte-americana, a convencer o público a adquirir mais camisetas.

Quem também deve deixar de ganhar com os Estados Unidos fora da Copa são os bares. Ponto de encontro de muitos torcedores durante o último Mundial, os bares prometiam atrair muita gente para acompanhar os jogos da próxima Copa e planejavam, inclusive, o funcionamento em horários especiais, por conta da diferença de fuso horário em relação à Rússia.

A ESPN também vê uma grande derrota para a Major League Soccer, a liga oficial de futebol norte-americana, cujos jogadores não terão a vitrine da Copa como visibilidade para ficarem mais conhecidos e, consequentemente, gerarem mais negócios para seus times. O desânimo também pode atingir o futebol juvenil. O interesse dos mais jovens pela prática do “soccer” aumentou consideravelmente após o desempenho da seleção norte-americana na Copa de 2014. Sem ver a seleção do País em campo na Rússia, é provável que o interesse diminua.

Por: Bárbara Sacchitiello

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