56% dos brasileiros consideram posicionamento das marcas sobre questões sociais antes de comprar

(Crédito: Divulgação)

Mais de 60% dos brasileiros (62%) consomem ou boicotam marcas com base em como elas se posicionam em relação a uma questão relevante, de acordo com o Edelman Earned Brand 2017, estudo global que mede a relação entre pessoas e marcas. Globalmente, essa média é 57%.

Realizada em 14 países com 14 mil pessoas, a pesquisa mostra também que 32% dos consumidores do Brasil (30% globalmente) estão consumindo ou boicotando mais do que há três anos. O resultado revela ainda que 61% dos brasileiros acreditam que as marcas podem fazer mais do que os governos para solucionar problemas sociais.

“Mudanças na sociedade exigem ajustes na forma como as marcas se comunicam. Aquelas que não ouvirem e não entenderem o que é importante para seus consumidores, serão esquecidas. Essa edição do Earned Brand traz um mapa para a atuação das marcas e mostra que ser relevante gera resultados financeiros”, comenta Daniela Schmitz, vice-presidente executiva de engajamento para marketing na Edelman Significa.

No Brasil, 56% dos consumidores compram motivados por causas, destes 33% são classificados como líderes (têm convicções fortes e apaixonadas) e 23% são seguidores (dependendo do assunto e da marca, mudam seu comportamento de compra).

Outro destaque do estudo divulgado em outubro é que entre os que compram por convicção no Brasil, 72% consumiu uma marca pela primeira vez por causa de seu posicionamento em relação a uma questão controversa, enquanto 67% não consumirá uma marca se ela se omitir sobre algo que acreditem ter a obrigação de abordar.

Além disso, 22% dos brasileiros pagam até 25% a mais por um produto ou serviço se elas se posicionam a favor do que concordam; 53% recomendam e defendem a marca, além de criticar seus concorrentes, e 56% são leais, comprando a marca exclusivamente e frequentemente.

Edelman Brand Relationship Index

Já no Edelman Brand Relationship Index, que mede a força da relação entre marcas e pessoas, em uma régua de 0 a 100 pontos que classifica os consumidores como Indiferentes, Interessados, Envolvidos, Dedicados e Comprometidos, o índice no Brasil é de 38, na categoria Envolvidos. Em relação a 2016, a pontuação do Brasil caiu cinco pontos.

Compradores motivados por causas esperam que as marcas se posicionem sobre assuntos relevantes para eles. No Brasil, as questões apontadas como mais importantes são corrupção no governo, igualdade de gênero, normas ambientais, política econômica e questões de privacidade.

A formação de opinião sobre as marcas é feita por informações junto a pessoas comuns, como familiares, amigos e colegas de trabalho. No Brasil, conversas entre pares (93%) têm mais credibilidade do que de especialistas (87%), empresas (82%) e celebridades (74%).

Para conhecer o ponto de vista das marcas, a mídia tradicional (jornais, revistas e TV) foi a mais citada, seguida por conversas com amigos e familiares, clientes da marca nas mídias sociais e publicidade da marca.

Segunda Marcos Manoel, diretor de atitude de marca na Edelman Significa e especialista em construção de plataformas de causa, as pessoas buscam valores e ideais em comum com as marcas para construir uma relação de confiança que vai além de produtos ou serviços.

“Encontrar sua vocação, ter atitudes consistentes e engajar os públicos para agir junto são três recomendações que o estudo traz para que as marcas ganhem relevância e conquistem o direito de participar das conversas”, conclui.

Por: PropMark

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